ESTALOU O VERNIZ: ALMIRANTE FALA EM VERGONHA E MARCELO RESPONDE-LHE

A cinco meses das eleições Presidenciais, e em plena época de grandes incêndios no País, Henrique Gouveia e Melo lançou duras críticas ao Estado e à forma como os governos têm lidado com este drama. Num vídeo publicado nas redes sociais, o almirante recordou a tragédia de Pedrógão Grande, em 2017, e lamentou que, oito anos depois, “estejamos exatamente na mesma situação”.

Gouveia e Melo classificou como “inaceitável” que, em termos de planeamento e organização, três meios aéreos essenciais – os Canadair – tenham ficado inoperacionais ao mesmo tempo, considerando o episódio um “colapso da organização” e uma vergonha para o País.
O almirante apontou falhas estruturais que, no seu entender, continuam sem solução, defendendo uma estratégia nacional para a floresta, o repovoamento do Interior, a diversificação de espécies e o combate a interesses económicos ligados a monoculturas. “Não podemos continuar a improvisar. Isto é o Estado do improviso. Eu, se for eleito Presidente da República, farei tudo para combater isto”, prometeu.

Após a reunião semanal com Luís Montenegro, realizada em Faro, Marcelo agradeceu a autarcas, candidatos e partidos políticos por “resistirem à tentação” de transformar os incêndios num tema de campanha.
“Estou feliz, como Presidente da República, por ter a certeza de que nenhum candidato a nenhuma eleição utilizará o tema dos incêndios como tema eleitoral.”

Estas palavras de Marcelo surgem horas depois das críticas de Gouveia e Melo, numa altura em que os incêndios voltam a dominar a atualidade e a expor fragilidades na prevenção e combate, reavivando o debate sobre a responsabilidade do Estado e o papel das lideranças políticas nesta matéria.