O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que está “à espera” do envio para Belém das normas anunciadas pelo Governo na quinta-feira, 21 de agosto, relacionadas com a prevenção e gestão de incêndios florestais. Em declarações na Feira do Livro do Porto, Marcelo destacou que algumas medidas são semelhantes às implementadas em 2017.
Quanto à forma como o Governo comunicou durante o pico de incêndios, tema que tem estado na ordem do dia, o Presidente da República garantiu aos jornalistas: “Não quero pronunciar-me sobre isso porque isso seria tomar posição entre a oposição e o Governo. Acho que a decisão em cima da hora, provavelmente, muitas vezes, chega tarde – ou não percebe bem o alcance”.
No entanto, logo a seguir Marcelo Rebelo de Sousa contou em detalhe que esteve em reunião com Luís Montenegro a 13 de agosto, uma altura em que as zonas do Norte e Minho estavam a ser afetadas. E que alertou para o pior cenário: “De repente passou-se para o Centro, onde irromperam vários fogos, que depois se concentraram num de enorme dimensão. Tudo isso aconteceu em três ou quatro dias. Quando reúno no dia 13, estava-se no dia seguinte ao momento em que tinha rebentado três novos incêndios. Lembro-me de ter dito: ‘Atenção, que o dia 15 pode ser um dia complicado’. E dia complicado porque podia ocorrer a convergência dos três fogos. Podia não ter ocorrido, mas ocorreu. A partir do momento em que ocorreu, a situação agravou-se.”
Recorde-se que a Festa do Pontal, a tradicional ‘rentrée’ política do PSD, decorreu a 14 de agosto.