Apesar dos responsáveis do projeto televisivo ‘Conta Lá’, liderado por Sérgio Figueiredo e Maurício Ribeiro, quererem fazer crer junto de alguns decisores políticos e autárquicos, que as emissões do novo canal estariam prestes a ver a luz do dia através da MEO, o 24Horas apurou junto de fonte conhecedora do processo que as negociações entre o ‘Conta Lá’ e aquela operadora de televisão por cabo “estão longe de estar fechadas”. Essa mesma fonte adiantou-nos mesmo que “essas supostas negociações ainda praticamente nem começaram, quanto mais…”
Nas últimas semanas, responsáveis pela produção daquele que pretende ser um novo canal televisivo têm contactado diversos autarcas e outros candidatos às eleições de 12 de outubro próximo, propondo-lhes a realização de debates (cerca de 200, um pouco por todo o país), a terem lugar na primeira quinzena de setembro. Nesses contactos, preferencialmente feitos através das estruturas nacionais dos partidos, é referido que o novo canal irá ocupar a posição 15 na grelha de canais da operadora MEO, curiosamente a posição que é do Porto Canal.
Recorde-se que este projeto jornalístico encabeçado por Sérgio Figueiredo surgiu rodeado de polémica, nomeadamente por uma suposta vertente imobiliária em Almada que, segundo o Correio da Manhã, estaria a ser usada como modo de atração de potenciais investidores.
Outro dos focos de polémica que tem rodeado o novo canal, tem a ver com o diretor-executivo do projeto, Maurício Ribeiro, sobre quem pendem dezenas de queixas de noivos e noivas burlados por este fotógrafo cuja especialidade era desaparecer sem deixar rasto depois de cobrar serviços que não eram executados conforme acordado. Maurício Ribeiro, que alega falsamente ter uma relação de parentesco com o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, chegou mesmo a ser julgado por uma suposta burla e desvio de dinheiro de uma produtora e foi alvo de pelo menos cinco processos judiciais de cobrança de dívidas profissionais.
Mas não ficam por aqui os mal-entendidos que minam a credibilidade deste projeto. Alexandre Matos, antigo CFO da Altice que aparece no prospeto anunciado como “conselheiro financeiro”, veio publicamente desmentir “qualquer envolvimento com o ‘Projeto Conta Lá’, ao contrário do que é referido”. Alexandre Matos, que reconhece ter sido contactado em tempos, declinou “qualquer envolvimento”, considerando a utilização do seu nome como “abusiva”.
Podem ter sido este género de “ambiguidades” que determinaram que uma avaliação, mandada fazer ao mais alto nível pelo Ministério da Agricultura, tenha inviabilizado a pretensão do antigo diretor de Informação da TVI, que em maio do ano passado sondou o Governo sobre a possibilidade da concessão de um apoio financeiro de um milhão de euros.