A cidade de Saragoça viveu na última semana uma polémica em torno de uma atuação do do DJ Padre Guilherme. O evento, integrado nas Fiestas del Pilar e promovido com apoio do município, gerou críticas de partidos da oposição e de grupos laicos, que acusaram a autarquia de confundir o espaço público com iniciativas de caráter religioso.
O espetáculo do padre DJ, realizado na Plaza del Pilar, reuniu milhares de pessoas e incluiu projeções e símbolos cristãos. Já o encontro do Padre Guilherme com jovens no auditório municipal, que antecedeu a atuação e para o qual foram reservadas cerca de 1.900 entradas, também esteve envolvido em polémica. Apesar das reservas, teve apenas 300 pessoas presentes.
Partidos como o PSOE ou a coligação Zaragoza en Común criticaram a decisão da autarquia, liderada por Natalia Chueca, de apoiar um evento que consideram “confessional” e “alinhado com a agenda do Vox”. Segundo os críticos, a iniciativa faz parte dos compromissos políticos entre o Partido Popular e o Vox, que exigiu incluir atividades de temática pró-vida na programação cultural da cidade. Também foi apontado o custo da presença do DJ Padre Guilherme: 50 mil euros.
Já Eva Torres, responsável pelo Vox de Saragoça, assegurou que a presença do Padre Guilherme nas Fiestas del Pilar “superou largamente as expectativas que tínhamos definido”.
Apesar das críticas, o espetáculo, que decorreu no passado fim de semana, teve grande afluência e foi amplamente divulgado nas redes sociais, transformando o Padre Guilherme num fenómeno mediático em Espanha.
