Foi a propósito das eleições autárquicas que o presidente da câmara municipal de Loures, Ricardo Leão, eleito com maioria, falou ao podcast da Rádio Observador, ‘Comissão de Inquérito’.

A começar, Leão discorda da apoderação das vitórias socialistas, em diversas autarquias, pelo secretário-geral do partido, José Luís Carneiro. “Foi curioso ver, há duas semanas, o secretário-geral do PS foi claro a responsabilizar os candidatos. Por isso a vitória é dos candidatos e ele não pode ficar com os louros”.

Entre diversas polémicas, a envolver sobretudo a habitação e a demolição de barracas no bairro do Talude, em Loures, Leão ganhou e não pensa mudar de estratégia. “Há necessidade de as pessoas sentirem que há regras e têm de ser cumpridas”.

Ricardo Leão é confrontado com os socialistas que o criticaram, como António Costa, Isabel Moreira ou Alexandra Leitão. Em relação ao presidente do Conselho Europeu é rápido na resposta: “Ele que se entretenha na União Europeia. Cá não faz falta”.

Recorde-se que, no ano passado, o antigo primeiro-ministro António Costa, em conjunto com os socialistas José Leitão e Pedro Silva Pereira, teceu duras críticas a Ricardo Leão que defendeu a uma política de desejos “sem dó nem piedade” de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa

Num artigo de opinião, “Em defesa da honra do PS” publicado no jornal “Público”,  Costa e os seus camaradas de Partido escreveram: “Quando um dirigente socialista ofende gravemente os valores, a identidade e a cultura do PS, não há calculismo taticista que o possa desvalorizar”. 

Na sua intervenção no podcast do “Observador”, Ricardo Leão não fala dos restantes opositores. Mas fala de uma nova política que deve ser assumida pelos socialistas. “Muitos comentários criticam a minha ação. O PS tem de mudar a bússola. A classe média tem um sentimento de injustiça, quando olha para os lados e vê outros que se aproveitam”.