Quase todos os comentadores preferirem satisfazerem-se a si próprios e aos seus “apaniguados” de esquerda que se acumulam na comunicação...
Quase todos os comentadores preferirem satisfazerem-se a si próprios e aos seus “apaniguados” de esquerda que se acumulam na comunicação social, embora sem qualquer representatividade na sociedade, escolhendo – como facto relevante das autárquicas de domingo passado – a eleição de apenas três presidentes de câmara pelo Chega. E fizeram-no omitindo que o partido de André Ventura fez eleger cerca de 1900 cidadãos para os órgãos autárquicos e, em 22 concelhos, ficou em segundo lugar.
Perdem-se com as não vitórias do Chega… mas antes deveriam perder o seu tempo a analisar os resultados do PS nas áreas urbanas. É que a vitória do PSD, em muitas das câmaras das grandes cidades aconteceu à tangente. E nessas, onde o Chega conseguiu resultados razoáveis, tirando votos ao PSD, o PS – com excelentes candidatos – só não ganhou porque a diferença que deveria ter siso feita pelo líder José Luís Carneiro, não existiu.
Quem, nessas autarquias, poderia ter influenciado o voto de algumas centenas de eleitores, deveria ter sido a liderança nacional.
Alguém com quem os eleitores de cada concelho se identificassem, alguém que fizesse a diferença ao perceber por onde está a seguir o mundo e que para ser indiferente, em termos ideológicos e políticos, já lá está este PSD.
Em vez de empolgar ideologicamente, em vez de ir buscar o voto dos que se identificam à e com a esquerda (seja lá o que isso for, embora muitos não saibam o que isso é), José Luís Carneiro preferiu passar, optou por estar, escolheu aparecer… em vez de intervir, cativar, empolgar!
Dir-me-ão que o carisma não é para todos …
Pois não, mas quem não tem carisma e quer “armar” em líder, disfarça essa falta com preparação, com uma força interior capaz de “levar o mundo à frente”,… em vez de parecer um figurante de uma passagem de modelos de um qualquer “criador” de Baião, onde nem aí o PS foi capaz de vencer estas eleições.
E ao falhar, tão estrondosamente, tornou evidente não ter percebido que, se o mundo está a virar à esquerda, o problema não será qual o polo da direita no novo bipartidarismo que está a chegar – esse será o Chega, obviamente – mas qual será o partido à esquerda… o PSD ou o PS.
Continuo a achar que será o PSD a desaparecer – por razões que já expliquei tantas vezes (como no “Não tenham medo da mudança”, Lisbon International Press, Novembro de 2023) – se continuar a cometer os erros que teima em repetir.
Só não contava que o PS caísse nesta loucura, nesta escolha de uma figura tão simpática quão irrelevante para o comum dos eleitores portugueses.
Pedro Nuno Santos está, hoje, a sorrir!
Mas irá rir ainda mais, qualquer que seja o resultado das próximas presenciais (porque, ganhe quem ganhar, quem vai perder sempre … e muito … será José Luís Carneiro). E mais irá rir se a alternativa, em termos de governo, que o PS apresentar ao País nas próximas eleições legislativas (sim próximas … 2026 … 2027) for tão inexistente como a destas eleições. Por isso e enquanto por lá andar… José Luís Carneiro é o seguro de Montenegro.
Eu sei que, mesmo quem tem seguros, não fica livre de ter “acidentes”!
Mas até lá … o seguro (que não o António José, mas antes o José Luís) vai garantindo noites descansadas a Montenegro!
Até um dia… mas aí… já poderá ser tarde para o PS … como o foi para tantos Partidos Socialistas por essa Europa fora!