Elisabete Bernardo, funcionária do luxuoso Pine Cliffs Resort, foi ouvida por videochamada no julgamento do antigo primeiro-ministro, José Sócrates. A mulher afirmou que Sócrates era um “cliente regular” e, de facto, era.
Foi em meados dos anos 2000 que o político começou a arrendar uma moradia no resort, onde passava férias com os dois filhos, José Miguel e Eduardo. Nunca se escondia. Era comum a qualquer hóspede cruzar-se com o, a dada altura, primeiro-ministro, fosse numa espreguiçadeira, no vasto jardim, ou, à hora das refeições no restaurante Corda, também dentro do resort. Discreto, costumava dedicar-se bastante à leitura e levava vários livros para as férias. Lia, enquanto os filhos se divertiam por perto, sobretudo na piscina.
Elisabete Bernardo revelou, também, que se recorda de Sócrates “estar acompanhado por uma pessoa, o primo Sr. Sousa”. Numa das estadias foi esta empregada a fazer o check out. “O pagamento foi feito pelo primo José Sousa, com dinheiro retirado de uma mala. O preço rondava os 20 mil euros”, revelou a empregada do hotel, em videoconferência.
A empregada do hotel dá um detalhe: os 20 mil euros foram pagos “com dinheiro retirado de uma mala”.
O preço mínimo por noite, na zona dos quartos, não fica por menos de 350 a 400 euros. Este não era o preço que Sócrates pagava. O homem, enrodilhado no Processo Marquês, ficava sempre numa moradia, o que é bastante mais caro.
