“Acho que mal vai uma candidatura quando os seus apoiantes acham que ela só lá vai se os outros desistirem. Isso dá a ideia que quem assim fala já está a perder”, diz António Filipe, de 62 anos, o candidato a Belém apoiado pelo PCP.
À margem de uma visita à zona do Alqueva, o comunista frisa que as “as candidaturas ou valem por si ou não valem”. Certo é que António Filipe não vai desistir das Presidenciais, eleições marcadas para 18 de janeiro, em favor de outro candidato, nomeadamente António José Seguro, apoiado pelo PS. “A minha candidatura vale por si, independentemente de quem sejam os outros candidatos”, afiança.
Questionado pela Lusa, António Filipe reagiu assim à entrevista dada ao Público/Renascença pelo líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que desafia publicamente o comunista a desistir da corrida eleitoral a favor de António José Seguro.
O líder parlamentar socialista acredita que ainda pode haver desistências de candidatos presidenciais até ao dia das eleições, lembrando que o PCP já retirou, no passado, a sua aposta dias antes da eleição.
O certo é que António Filipe não vai mesmo desistir, sobretudo a favor de Seguro. “Nenhuma dessas situações é comparável com a situação atual, mas eu fico sensibilizado pela importância que está a ser dada à minha candidatura”, ironizou ainda.
António Filipe faz, também, sugestões ao PS: Que tal pedir a um candidato que esteja mais próximo do seu espectro político, ao centro, para desistir? “Não estou a ver qual é a lógica de apelar à desistência da minha candidatura, que se situa a uma distância maior da candidatura de António José Seguro do que outras candidaturas, que são candidaturas que se dirigem fundamentalmente ao chamado eleitorado do centro e que querem que tudo fique mais ou menos na mesma relativamente à forma como o País tem sido governado nas últimas décadas”.
Gouveia e Melo e Marques Mendes serão, segundo António Filipe, os melhores para “ajudar” António José Seguro.