Maria Rita Gomes foi empregada de Adelaide, mãe do antigo primeiro-ministro. Mais tarde, entre 98/99 até 2014, antes de Sócrates ser preso, foi também a mulher-a-dias do principal arguido da Operação Marquês.
A mulher foi esta quinta-feira, 23, ouvida em tribunal. E as revelações foram muitas. Falou-se de cofres, dinheiros, joias e obras de arte. Maria Rita revelou que havia um cofre, de grandes dimensões, em casa da mãe de Sócrates. No cofre estariam joias e dinheiro e só Sócrates, o irmão e a mãe mexiam nele. A empregada confessou nunca ter visto qualquer envelope com dinheiro.
Mas o mais curioso é que a mulher-a-dias guardou obras de arte pertencentes ao patrão na sua própria casa, pouco antes das buscas no âmbito da Operação Marquês. Só que as autoridades acabaram por também ‘visitar’ a casa da empregada. Rita lembra-se bem do dia das buscas. Tinha alguns dos quadros pendurados na parede e outros arrumados. “Eram do Sr. Engenheiro”, disse, perante o tribunal.
Sobre este assunto, de especial relevância, Maria Rita afirma que guardou as obras de arte porque a casa do patrão estava em obras e não havia espaço na casa da mãe do antigo governante. A mulher-a-dias disse não se lembrar das indicações que Sócrates lhe pediu que guardasse as obras de arte e, além disso, também não se lembrava se lhe tinham dito se eram quadros valiosos ou não. As autoridades, naturalmente, apreenderam as obras de arte.
Numa escuta telefónica foi, ainda, desvendado, que Maria Rita Gomes fez um depósito de 4 mil euros. Foi a mãe de Sócrates a pedir-lhe o montante e, nas escutas, ouviu-se: “Dei uns papéis à Rita para pagar. Eu costumo pagar, mas agora não consigo”. Maria Adelaide pediu os quatro mil euros ao filho e este acedeu.