A histórica Casa da Rocha, no Estoril, está oficialmente à venda por 18 milhões de euros, despertando o interesse de investidores e curiosos pelo seu passado ilustre. Construída em 1923, esta mansão de 11 quartos, com elevador privado, piscina e jardins exuberantes, foi durante décadas o refúgio da família real espanhola, nomeadamente de Juan Carlos I, durante o exílio. A ligação à realeza confere-lhe um valor simbólico e histórico raro no mercado português.
O segmento imobiliário de luxo em Portugal, especialmente na zona de Cascais e Estoril, tem registado uma valorização constante. Segundo dados recentes, imóveis deste calibre podem valorizar entre 3% e 13% ao ano, com rendas que chegam a 8% do valor do imóvel, impulsionados sobretudo por compradores internacionais em busca de exclusividade e segurança patrimonial. Adriano Nogueira, especialista do setor, sublinha que “propriedades com história e pedigree real tendem a manter ou aumentar o seu valor, mesmo em ciclos de mercado menos favoráveis”.
Apesar do fascínio, a venda de propriedades associadas à realeza suscita debates sobre a acessibilidade do mercado e a preservação do património. Enquanto alguns defendem a sua importância cultural, outros questionam o impacto na oferta habitacional local. Certo é que a Casa da Rocha, além de um negócio milionário, simboliza a crescente atratividade de Portugal para o segmento de luxo, tendência que deverá acentuar-se nos próximos anos, à boleia do turismo e da estabilidade económica.









