O Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) deverá ser aprovado na generalidade na Assembleia da República, com a abstenção estratégica do Partido Socialista (PS) a marcar o debate político. O debate sobre o OE2026 decorre esya segunda e terça-feira.
A proposta do governo, suportada pelo PSD e CDS-PP, avançará depois para a especialidade, num clima de expectativa e tensão entre as várias bancadas parlamentares.
A decisão do PS de se abster foi justificada como “exigente” pelo secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, que sublinhou a necessidade de garantir estabilidade governativa sem, contudo, dar um aval incondicional ao documento. “A nossa abstenção visa pressionar o executivo a ir mais longe nas respostas à classe média e aos trabalhadores”, afirmou Carneiro, numa posição que procura manter influência no processo orçamental sem assumir responsabilidades diretas pela sua execução.
A esquerda, nomeadamente o Bloco de Esquerda e o PCP, criticou a postura do PS e o conteúdo do orçamento, considerando-o “vazio de ambição” e insuficiente no apoio social e no investimento público. Já o Chega vê na abstenção socialista uma oportunidade para renegociar medidas e condicionar o debate na especialidade. É que o partido de André Ventura ainda não tornou público o sentido do voto.