Três pessoas morreram em menos de duas semanas na Galiza, devido a picadas de vespas velutinas, uma espécie invasora oriunda da Ásia, conhecida como ‘vespa assassina’. O último homicídio cometido por este inseto na região foi este domingo. A Xunta da Galiza verificou um ‘aumento extraordinário’ da presença desta espécie, sustentando a sua “enorme adaptabilidade ao clima e ao território” como uma das principais causas. O Governo Regional galego encontra-se apreensivo e pede “máxima precaução” aos cidadãos.
“Há milhares de ninhos, cada vez mais, e não os retiram”, alerta Xesús Feás, veterinário e investigador que há vários anos estuda o impacto sanitário das velutinas naquela região.
As três mortes que ocorreram este mês tiveram a mesma origem, já que as vítimas foram todas atacadas por enxames pertencentes a ninhos escondidos no subsolo e por isso praticamente invisíveis. As duas primeiras foram mortalmente feridas quando limpavam terrenos agrícolas e a última foi atacada quando caçava perdizes perto de sua casa, em Cospeito (Lugo).
Féas avisa que este tipo de ninhos constituem uma ameaça crescente para quem pratica atividades ao ar livre e alerta que a falta de visibilidade lhes confere especial perigo.
Há 15 anos a marcar presença em Espanha, as velutinas estabelecem-se como uma praga em crescimento. No entanto, a Xunta afirma que o “plano de choque com medidas inovadoras” que entrou em vigor no ano passado está a dar resultados. Segundo avança a Consellería de Presidencia em 2025 foram capturadas cerca de 230 mil vespas-rainhas, números que duplicam o registo de 2024, e que se devem à colocação de 18.500 armadilhas distribuídas pelos concelhos da Galiza na primavera.
A Galiza é a região do país com mais mortes causadas por picadas de insetos, tendo uma taxa de 2,2 por milhão de habitantes por ano, números que superam em grande escala a média nacional de 0,08. As estatísticas não revelam, no entanto, quais as espécies responsáveis.
A presidente da Associação Galega de Apicultura, Marita Puga diz que a velutina é ” um problema de saúde pública”. Acrescentando ainda que este ano foi registado “um repique muito grande” da presença desta espécie e que a situação pode piorar em 2026.