Silêncio quebrado: Lula da Silva, de 80 anos, está “estarrecido” com o número de mortos provocado pela megaoperação levada a cabo, na terça-feira, dia 28, pelas autoridades brasileiras, para capturar os líderes do grupo criminoso Comando Vermelho (CV). O ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, revela que o presidente ficou surpreendido que “uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade de o governo federal participar de alguma forma”.
Entretanto, Lula da Silva ordenou que o ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal vão ao Rio de Janeiro para se encontrarem com o governador do Estado. “Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, escreveu o presidente brasileiro nas redes sociais.
Lula da Silva apela ainda para que as “diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no combate às facções criminosas”.
De salientar que esta operação, designada por ‘Contenção’, foi a mais mortífera de sempre na Cidade Maravilhosa. Sabe-se que mais de 100 pessoas morreram. No entanto, o número exato de óbitos continua a ser desconhecido, já que as informações divulgadas são contraditórias. Enquanto a Defensoria Pública do Rio de Janeiro avança que 132 pessoas morreram, o governo deste estado fala em 121.
Recorde-se que o número de mortos aumentou exponencialmente depois de os moradores terem encontrado, pelo menos, 74 cadáveres numa mata, entre as favelas do Alemão e da Penha, onde decorreram os confrontos. Os corpos foram levados para a Praça de São Lucas, onde foram colocados em fila. Nas imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver os cadáveres cercados por amigos e familiares, que tentavam fazer o reconhecimento dos corpos.
Entre as vítimas mortais estão quatro militares, dois da Polícia Civil e dois da Polícia Militar.