Fernando Nogueira e Pedro Santana Lopes, antigos líderes do PSD, foram duas das principais ausências do almoço que, na última sexta-feira, juntou em Lisboa, a propósito dos 40 anos da primeira posse de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, a maioria dos membros dos três governos que chefiou ao longo de mais de 10 anos.
Se Santana justificou a sua ausência, invocando compromissos enquanto presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, já Nogueira parece ter pura e simplesmente preferido alhear-se da comemoração.
Mas Fernando Nogueira e Santana Lopes não foram as únicas figuras gradas daquele período (1985-1995) a faltarem ao almoço que se realizou no hotel Pestana Palace.
Outros destacados nomes do chamado ‘cavaquismo’, casos dos antigos super-ministros Miguel Cadilhe (Finanças) e Valente de Oliveira (Planeamento), optaram também por não se associarem à celebração do 40.º aniversário da posse do primeiro governo de Cavaco.
Além destes, entre outros, também foram notadas as ausências de Carlos Borrego, o antigo ministro do Ambiente que ficou célebre por ter sido demitido na sequência de uma anedota contada em público, e de António Capucho que, pese ter confirmado a sua presença, não compareceu à última hora. Refira-se, aliás, que Capucho aproveitou o grupo de WhatsApp criado por Faria de Oliveira, Alexandre Relvas e Luís Garcez Palha, os organizadores do repasto, para “despropositadamente”, no dizer de um dos convivas, lembrar o seu percurso político, enumerando os cargos que tinha ocupado naquele período: “Até uma fotografia com Cavaco arranjou maneira de enviar-nos”, contou ao 24Horas um dos integrantes desse grupo.
Quem passou de raspão pelo evento, foi Luís Marques Mendes. O candidato presidencial aproveitou a presença de jornalistas à entrada do hotel para fazer declarações, e após breves minutos na sala, e invocando uma agenda ocupadíssima, abandonou o Pestana Palace, na Ajuda: “Acho que nem o peixe comeu, ficou-se pela entrada”, contou ao 24Horas um dos presentes no almoço.
Para além do próprio Cavaco Silva, usaram da palavra o antigo ministro Faria de Oliveira, em nome dos organizadores, e o historiador Rui Ramos, que foi convidado a fazer uma breve interpretação histórica do chamado ‘cavaquismo’.
Na mesa de honra tomaram assento, além do próprio Cavaco, e do já citado Rui Ramos, quatro dos seis antigos líderes do PSD que foram membros dos governos de Cavaco, como Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Luís Marques Mendes, e Luís Filipe Menezes.