O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, já reagiu ao pedido de escusa do seu advogado de há 11 anos, Pedro Delille. “Acompanhei a reflexão do meu advogado, durante o fim de semana, mas só soube nas últimas 24 horas”.
Sócrates avança que Pedro Delille está completamente inocente e garante que “o tribunal hostilizou” o seu advogado. Sobre a ausência da mãe, para depor, em tribunal – o que acabou por desplotar toda esta situação –, o ex-governante socialista explicou tudo o que aconteceu: “A minha mãe tem 94 anos. Apesar da vontade dela, de testemunhar, o médico recomendou que não o fizesse. Achei que era suficiente informar disso ao tribunal.” Delille entregou o atestado médico na véspera do depoimento de Maria Adelaide Carvalho Monteiro.
Nesse dia, convencido de que a mãe de José Sócrates não iria ao tribunal, Pedro Delille acabou por chegar atrasado. Tentou explicar o atraso, mas foi impedido pela juíza. “A juíza maltratou as pessoas sem razão e o meu advogado achou inacreditável”, afirmou o antigo secretário-geral do PS, à porta de casa, na Ericeira: “O Pedro Delille é um grande advogado e amigo durante estes 11 anos. A juíza, ao dizer “acabou a brincadeira”, ofendeu as pessoas e foi a gota de água.”
Sócrates vai mais longe e frisa que “o tribunal desenvolveu uma campanha de hostilidade” em relação ao advogado Pedro Delille.
O julgamento da ‘Operação Marquês’ continua esta terça-feira, 4, com um advogado oficioso. Este causídico pediu 48 horas ao tribunal, por não estar a par do caso. O tribunal recusou e, neste momento, o advogado oficioso já está dentro da sala de audiências. “Para a senhora juíza, o direito à defesa é indiferente.”