O Irão pretende transformar as cirurgias de redesignação sexual, usadas no país para ‘corrigir’ a homossexualidade, que é considerada crime, num negócio de turismo médico. O Governo quer atrair dois milhões de turistas de saúde nos próximos cinco anos, segundo os órgãos de comunicação estatais.
Com a moeda iraniana – rial – a sofrer desvalorizações drásticas, as ofertas de clínicas privadas multiplicam-se na internet. O pacote completo para mudança de sexo inclui voo, hotel, tradutor, cirurgia e até um cartão de telemóvel. Os preços podem variar entre seis e 12 mil euros, valores muito abaixo dos praticados em clínicas privados no Ocidente.
No Irão, o procedimento é encarado pelos homossexuais do país como uma escapatória para contornar a lei, que proíbe relações entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, a homossexualidade é perseguida no mesmo país que autoriza a cirurgias de redesignação sexual.
Um homem homossexual, nascido no Teerão, mas que vive como refugiado em Portugal há três anos, explicou ao Público a realidade vivida no país: “[Um homossexual que] decide ficar no Irão – ou é forçado a ficar – enfrenta um futuro assustador, pois nunca poderá estar com alguém do mesmo sexo. Se o fizer, arrisca a própria vida.”
Desta forma, algumas pessoas recorrem às cirurgias para mudarem de sexo e viverem com quem querem.