As forças policiais estão em estado de vigilância reforçada face à realização de dois encontros ligados à extrema-direita, marcados para este fim de semana, dias 8 e 9, no Porto. Um dos grupos, o Reconquista, reservou um auditório pertencente a um colégio católico para a realização de um congresso. Já o espaço onde deverá decorrer o festival musical promovido pela organização Blood & Honour permanece, por agora, desconhecido.
De acordo com informações policiais, ambos os movimentos estão sob observação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, no âmbito de investigações relacionadas com alegados crimes de ódio.
O Reconquista é liderado por Afonso Gonçalves, que já foi detido em várias ocasiões devido a ações e protestos de natureza xenófoba e provocatória, nomeadamente junto de comunidades imigrantes e LGBTQ+.
Por sua vez, a Blood & Honour é uma rede internacional de inspiração supremacista, conhecida por recorrer a concertos e eventos musicais para difundir mensagens extremistas e angariar fundos.
As autoridades admitem estar preparadas para responder a possíveis perturbações da ordem pública decorrentes destas iniciativas.
Fontes policiais admitem ao JN preocupação com a coincidência temporal e geográfica dos dois eventos, receando potenciais confrontos ou ações de propaganda de ódio. “Estamos atentos e preparados para intervir se for necessário”, indicou uma fonte policial citada pela imprensa.
O caso reacende o debate sobre a presença e a visibilidade crescente de grupos extremistas em Portugal. Embora a legislação nacional preveja punições para crimes de incitamento ao ódio racial e à violência, a atuação destas organizações continua a levantar desafios às forças de segurança e às autoridades judiciais.