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  • ‘Volto a ser o sócio 5001', João Noronha Lopes
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Inseparáveis durante anos, Patrick Drahi e Armando Pereira, durante anos braço-direito do empresário franco-israelita nos negócios das telecomunicações, estão definitivamente em rota de colisão, agora que o empresário português decidiu reivindicar os direitos que garante caberem-lhe na Altice-SFR, o gigante francês das telecomunicações que Drahi colocou à venda há alguns meses.

E se a restruturação da Altice já era por si só um tema bastante complexo, o processo de alienação, iniciado por Drahi no início deste ano, promete ser ainda mais difícil. É que no passado mês de Julho, Armando Pereira entrou discretamente com uma ação no Tribunal de Primeira Instância de Genebra, de forma a reclamar os seus direitos sobre diversas empresas do grupo Altice espalhadas um pouco por todo o mundo. 

A Altice France, ou Altice-SFR, o ‘carro-chefe’ dos negócios de Drahi no setor das telecomunicações, está entre os ativos reclamados pelo empresário português, cuja participação no grupo está estimada aproximadamente em 20 por cento das ações a nível global detidas por Drahi.

Segundo contas que vieram a público nos últimos dias no seio dos meios financeiros, Pereira teria direito a 11,9 por cento daquela operadora de telecomunicações francesa, que possui cerca de 26 milhões de clientes, e que está avaliada em cerca de 21 mil milhões de euros. Mesmo deduzindo os 15 mil milhões referente à divida acumulada pela empresa, os acionistas ainda receberiam mais 5 mil milhões, o que representaria para o empresário luso-francês um encaixe de cerca de  655 milhões.

O empresário português apresenta como prova dos direitos que possui naquele ‘império’ das telecomunicações, cinco acordos escritos e subscritos pelos dois sócios, bem como pela mulher e filha de Pereira, Odile e Gaëlle, respetivamente. Além disso, o 24Horas apurou que existe igualmente uma gravação de uma conversa, onde Drahi, com sua eloquência habitual, pressiona a filha de Pereira a aceitar esses contratos, argumentando que até aquele momento, ele e o pai de Gaëlle, tinham trabalhado de forma amigável e com base apenas num acordo verbal – uma revelação bastante surpreendente, considerando as somas de dinheiro envolvidas, à escala das atividades e do seu alcance internacional.

De facto, segundo sempre foi voz corrente no mercado, Pereira confiou desde o primeiro momento a gestão das ações e representação dos seus interesses a Drahi. Mas, a partir do Verão de 2023, momento em que foi despoletada a ‘Operação Picoas, e Pereira foi indiciado por “lavagem de dinheiro e corrupção” pela justiça portuguesa, Drahi virou as costas ao seu sócio, tendo até mesmo afirmado publicamente que se sentia “traído e enganado” pelo parceiro.

Curiosamente, é a partir desse momento que o franco-israelita começa a querer desfazer-se do seu grupo. Após vender ativos como a Altice Media (a BFM-RMC, CMA CGM, a proprietária do jornal La Tribune), bem como outros bens tangíveis, tal como um prédio no complexo parisiense de Quadrans, e onde a SFR mantém ainda a sede o empresário franco-israelita nunca dividiu o produto dessas vendas com Armando Pereira.

Quem até agora supunha que a animosidade entre os dois sócios era apenas uma questão de ordem tática, percebe afinal que a ‘guerra’ entre Drahi e Pereira é mesmo a valer: “É uma verdadeira surpresa”, comentou um especialista do setor ao 24Horas, que confessa ter achado, até agora, que o conflito que os opunha era uma farsa: “Pensei que era tudo fingido, mas pelos vistos os amigos de ontem tornaram-se agora inimigos de verdade”, refere.

Por seu lado, os credores da Altice-SFR, que agora detêm 45 por cento da operadora francesa, tentam aparentemente manter a calma, e mostrar estarem alheados do conflito entre os dois sócios: “Isso não nos preocupa”, afirma um dos acionistas, que prefere esperar para ver: “Não acho que para já tenhamos interesse em tomar qualquer medida, a menos que esta ‘guerra’ possa vir a impedir a venda”, afirmam ao 24Horas.

Um sentimento, aliás, partilhado pelas operadoras que já mostraram interesse na aquisição da Altice. Há alguns dias, Christel Heydemann, CEO da Orange, afirmou publicamente que não comentava as relações entre a Altice e os seus diversos acionistas: “Cabe à Altice tratar do assunto”, disse.

Mas a verdade é que estes novos dados, ou seja, a entrada em cena de Armando Pereira, vem baralhar todo o processo de venda da operadora, e de alguma maneira favorece os interessados na aquisição: “É mais um argumento a favor dos compradores, impedindo-os de aumentar significativamente a oferta inicial de 17 mil milhões”, acredita um consultor financeiro ouvido pelo 24Horas, que defende que estes episódios, agora revelados por Pereira, não contribuirão em nada para melhorar a imagem de Drahi e da Altice-SFR, já manchada pelo declínio dos resultados comerciais e financeiros, bem como pelo descontentamento generalizado dos funcionários.

Mais: agora que está aberta a ‘guerra’ entre os dois sócios, os potenciais compradores da operadora poderão ‘obrigar’ Drahi a apresentar uma garantia para que a transação avance: “Ou isso, ou colocar como condição a obrigatoriedade de chegar a um acordo com Armando Pereira”, referem algumas fontes que gabam o ‘timing’ escolhido pelo empresário português para reivindicar os seus direitos no grupo Altice.

Entretanto, em Portugal, onde tudo começou com estrondo, o caso parece estar estagnado. A ‘Operação Picoas’, lançada pelas autoridades portuguesas em 2023, em que Pereira foi acusado pelo Ministério Público  de “lavagem de dinheiro, corrupção e fraude fiscal”, parece encontrar-se num impasse. As suspeitas de que Armando Pereira ter arquitetado um esquema fraudulento com o empresário Hernâni Vaz Antunes, que supostamente resultou em um prejuízo de 100 milhões de euros para o Estado português e no desvio de aproximadamente de 250 milhões da Altice naquele país, começam a ruir, isto na opinião de fontes conhecedoras do processo.

Só o facto de, após mais de dois anos de investigação, Pereira não ter sido formalmente acusado, tudo aponta, segundo fontes judiciais contatadas pelo 24Horas, para que seja difícil condená-lo, quanto mais não seja porque no setor privado, a alegada corrupção entre proprietário e fornecedor não é passível de crime: “Ninguém percebe qual o interesse de um fornecedor corromper um patrão, que é como quem diz por que razão o Armando Pereira estaria a tirar dinheiro do seu próprio bolso, para dar às empresas de Vaz Antunes”, questionam.

Entretanto, este conflito aberto entre Drahi e Pereira terá óbvios reflexos em Portugal. A operação portuguesa, liderada por Ana Figueiredo, uma gestora que ‘deve’ curiosamente a sua carreira no ‘universo Altice’ ao próprio Armando Pereira, que a recrutou em 2016 para auditora do grupo na Suíça,  e a seguir para CEO na República Dominicana, está na calha para ser vendida, e naturalmente os ‘estilhaços’ desta guerra atingirão o processo de venda.  

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