Praticamente à mesma hora em que a juiz-presidente Susana Seca anunciava que, atendendo às pretensões de José Sócrates em designar um novo advogado de defesa, iria suspender as sessões do julgamento da Operação Marquês até ao próximo dia 4 de Dezembro, o antigo primeiro-ministro embarcava em Lisboa com destino a São Paulo.
Segundo o que sabe o 24Horas, a viagem de Sócrates prende-se com a necessidade de acertar pessoalmente com Walfrido Warde e Rafael Valim, os advogados brasileiros que discretamente têm vindo, desde S. Paulo, a coordenar a sua defesa, a estratégia a adotar após a renúncia de Pedro Delille, seu advogado.
Warde, figura polémica nos meios jurídicos e políticos do Brasil, mais do que advogado, é tido na prática como sendo um lobista na verdadeira aceção do termo, surgindo muitas vezes envolvido nos casos judiciais mais díspares. Dono de uma vasta agenda de contatos e ligações, e com uma notória sede de protagonismo, este advogado de 52 anos foi, juntamente com o seu sócio Rafael Valim, uma figura com um perfil bem mais discreto, um dos defensores da tese do ‘law fare’ na defesa de Lula da Silva, aquando da sua prisão.
José Sócrates, de 68 anos, está acusado de 22 crimes, incluindo três de corrupção, por alegadamente ter recebido dinheiro para beneficiar o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o resort Vale do Lobo.
