Portugal vai mesmo avançar com a compra de mais três helicópteros UH-60 Black Hawk a juntar aos outros seis que já tinham sido adquiridos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento superou os 32 milhões de euros (valor de compra para os primeiros seis). De acordo com Nuno Melo, ministro da Defesa, estes são “os únicos helicópteros disponíveis para entrega até agosto de 2026”, justificando assim a escolha do modelo norte-americano.
O líder do CDS-PP referiu que “comprar helicópteros não é como ir ao supermercado”, visto que o prazo de entrega imposto pelo PRR limitou as opções de compra. No total já foram contratadas nove unidades para uso da Força Aérea Portuguesa no combate a incêndios rurais e já foram entregues cinco, tendo a última sido entregue no passado dia 9 de outubro na Base Aérea n.º 8, em Ovar, e as restantes chegarão no decorrer do ano que vem.
Estes aparelhos chegam com o objetivo de reforçar as capacidades de resposta do Estado, principalmente em missões de emergência médica, combate a incêndios e evacuação de feridos. Está previsto que operem a partir de mais de 20 heliportos já certificados a norte do Tejo.
O problema que se coloca com a utilização destes aparelhos em Portugal foi confirmado pela Autoridade Nacional de Aviação mCivil (ANAC) ao jornal Público, que indica que apenas o heliporto do Hospital de Braga cumpre as condições necessárias para receber esyes aparelhos.
“O comprimento máximo do helicóptero Black Hawk é de 19,76 metros pelo que se verifica ser compatível com a dimensão das plataformas dos heliportos do Hospital de Braga, do Heliporto de Loulé (certificado, não é hospital) e da Pista de Ultraleves do Casalinho, Pombal (autorizado para operações de protecção civil e emergência médica, não é hospital)”, refere o Gabinete de Comunicação da ANAC. À noite, o problema agrava-se pois apenas os dois heliportos podem receber voos noturnos.
Portugal conta atualmente com 37 hospitais públicos com heliportos, mas só sete estão certificados para transporte aéreo de doentes. O plano de reabilitação lançado em 2020 para modernizar estas infraestruturas acabou por ser travado pela pandemia e nunca foi retomado.
Ora, no caminho inverso segue a Malásia, que anunciou recentemente o cancelamento da compra de quatro helicópteros do mesmo modelo, após críticas do rei Sultan Ibrahim Sultan Iskandar, que classificou os Black Hawk como “caixões voadores”. O monarca questionou ainda a segurança e a idade dos aparelhos, que teriam mais de 30 anos de serviço, o que levou o país asiático a suspender o contrato, avaliado em cerca de 39 milhões de euros.




