O presidente em funções da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, compareceu esta segunda-feira no Congresso de Espanha para prestar esclarecimentos sobre a gestão da tempestade que, a 29 de outubro de 2024, provocou a morte de 229 pessoas na província de Valência.
Durante a sessão, Mazón envolveu-se num confronto aceso com o deputado Gabriel Rufián, do partido Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), que o acusou de ser “inútil, miserável, homicida e psicopata”, citando vítimas pelo nome.
Mazón insistiu que a tragédia se deveu à falta de informação e não à ausência de decisões, defendendo que não tinha obrigação de participar na reunião do Centro de Coordenação Operativa Integrado (Cecopi) naquele dia.
Durante a sua intervenção, Mazón explicou que, às 19h43, não tinha conhecimento de que havia pessoas em risco de vida e que as primeiras mortes só foram confirmadas já de madrugada. Horas antes tinha estado num almoço demorado com uma jornalista.
Mazón justificou ainda não ter atendido algumas chamadas da ex-conselheira de Interior, Salomé Pradas, alegando que podia estar a fazer outras chamadas ou com o telemóvel guardado. Reforçou que a decisão de enviar alertas à população não lhe competia. O presidente em funções destacou ter dado “mais explicações” do que qualquer outro responsável político e salientou que a sua demissão, anunciada a 3 de novembro, foi uma forma de assumir responsabilidades.
À porta do Congresso, mais de 50 familiares das vítimas protestaram contra Mazón, acusando-o de mentir, responsabilizando-o pelas mortes e pedindo inclusive a sua prisão.