“Em 48 horas, passámos de 40 chefes para quatro ou cinco. Isso significa, por um lado, contenção de custos, mas também mais eficiência na gestão”, afirmou Luís Filipe Menezes, de 72 anos, em declarações aos jornalistas, no decorrer de uma conferência de imprensa com o objetivo de demonstrar o levantamento feito nas Águas de Gaia.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, que em outubro regressou à liderança da autarquia após uma ausência de mais de 12 anos, está a reorganizar a empresa que gere as águas do município. E, no âmbito de um contrato de consultoria de um ano que visa elaborar um plano de reabilitação empresarial, convidou o engenheiro Joaquim Poças Martins para integrar a administração desta entidade, liderada por Fernando Barbosa.
O edil do terceiro maior concelho de Portugal referiu que a situação financeira das Águas de Gaia é “má” e relembrou que, “quando a empresa vive de um subsídio anual da câmara de 8 milhões de euros e tem um passivo financeiro bancário de perto de 30 milhões, não pode estar a fazer sedes novas de 12 milhões de euros e, ao mesmo tempo, ter os trabalhadores mais humildes em contentores espalhados pelo concelho, como em Vilar de Andorinho e Avintes”.
O histórico social-democrata admite que, “talvez daqui a pouco tempo, dois, três meses no máximo, haja condições para caminhar no sentido de poupanças”.
Menezes frisou ainda que, no seu anterior mandato, a empresa municipal se encontrava “muito equilibrada e lucrativa” e aproveitou para ‘picar’ o seu antecessor, Eduardo Vítor Rodrigues, do PS. De acordo com o autarca laranja, há “um aumento exponencial nos gastos, desde 2020 até 2025”: “Em cinco ou seis anos, daquilo que se paga aos prestadores de serviços à câmara, à SUMA, à SULDOURO, à SIMDOURO (empresas de gestão, tratamento e valorização de resíduos, limpeza urbana e gestão de saneamento), tiveram aumentos que chegam a atingir os 350%.”
No fim, o autarca de Gaia falou para os eleitores: “Isso tem que ter uma explicação. Se esses aumentos não tivessem existido e os milhões de euros que se pagam a essas três instituições que são, digamos, instituições externas a quem se pagam serviços, se calhar, as taxas que os gaienses estariam a pagar, quer de água, quer de saneamento, quer de resíduos de sólidos urbanos, seriam muito menores.”
Já Poças Martins, também em declarações aos jornalistas, garantiu que aquilo que será feito num futuro próximo “já está perfeitamente definido”: “Os custos vão ser reduzidos, vamos rever a situação da sede, portanto, vamos prestar o serviço de melhor qualidade, a custos muito mais baixos, vamos acabar com a ‘mesada’ e vamos procurar baixar as tarifas logo que possível.”