O Governo dos Açores confirmou que Rui Coutinho vai deixar a presidência da SATA Holding, no início de 2026. A saída foi comunicada pelo próprio, que apresentou a demissão por motivos de natureza profissional.

Em resposta enviada à agência Lusa, o executivo regional explicou que “o presidente do conselho de administração da SATA Holding, Rui Coutinho, apresentou o seu pedido de demissão, com efeitos a 1 de janeiro de 2026, invocando razões profissionais”.

Para garantir que a transição decorre sem sobressaltos, o Governo adiantou que o atual responsável pelas finanças da companhia será promovido: a escolha recai, assim, sobre Tiago Santos, cuja nomeação procura “assegurar a necessária continuidade e estabilidade” na liderança do grupo aéreo dos Açores.

“A nomeação de Tiago Santos, enquanto membro do atual órgão executivo e profundo conhecedor dos mecanismos financeiros, operacionais e estratégicos do Grupo, visa garantir a prossecução rigorosa das medidas previstas no Plano de Reestruturação, nomeadamente a alienação da Azores Airlines e do Handling”, justificou o governo açoriano.

Tiago Santos, que passou a integrar a administração da SATA em julho de 2024, é economista e acumula uma vasta experiência em cargos de gestão. Entre 2015 e 2016, foi administrador e diretor financeiro do Metropolitano de Lisboa, da Carris, da Transtejo e da Soflusa, funções que também desempenhou na empresa Oitante entre 2016 e 2018.

O responsável desempenhou ainda funções no setor público como assessor do ministro da Saúde, Paulo Macedo, entre 2011 e 2015, e do secretário de Estado do Tesouro e Finanças entre 2010 e 2011, tendo também feito parte da administração da consultora COBA.

A substituição na presidência da SATA ocorre enquanto decorre o processo de privatização da Azores Airlines, que garante as ligações aéreas entre os Açores e o exterior.

No dia 24 de novembro, o consórcio Atlantic Connect Group apresentou uma proposta de aquisição de 85% do capital da Azores Airlines por 17 milhões de euros. O Governo dos Açores pediu à Comissão Europeia uma extensão do prazo de privatização até 31 de dezembro de 2026. A oferta está a ser avaliada pelo júri responsável pelo concurso, presidido pelo economista e professor universitário Augusto Mateus.