A VASP – Distribuidora de Publicações, S.A. – empresa portuguesa líder na distribuição de imprensa no País – anunciou, em comunicado, que “atravessa uma situação financeira particularmente exigente, resultante da continuada quebra das vendas de imprensa e do aumento significativo dos custos operacionais, que colocam sob forte pressão a sustentabilidade da atual cobertura de distribuição de imprensa diária”.
Com isto, a partir de 2 de janeiro de 2026, a empresa deixará de garantir a distribuição de jornais em oito distritos, como a VASP anunciou: “Neste contexto, e na ausência de soluções que assegurem a manutenção integral do serviço nos atuais moldes, a VASP informa que se encontra a avaliar a necessidade de proceder a ajustamentos em determinadas rotas, nomeadamente nos seguintes distritos: Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.”
A empresa acrescentou ainda que “esta conjuntura tem impacto direto na viabilidade da distribuição diária de imprensa em pontos de venda, sobretudo nas regiões do interior do País, obrigando a empresa a reavaliar o seu modelo operativo e logístico”.
No mesmo comunicado, é possível ainda ler que “a VASP reafirma de forma inequívoca o seu compromisso com o acesso universal à informação, entendendo-o como um pilar essencial da coesão territorial, da igualdade de oportunidades e do exercício pleno da cidadania democrática. A restrição desse acesso penaliza de forma injusta as populações de territórios de baixa densidade e aprofunda as assimetrias regionais”.
MEDIDAS DE AJUDA AOS MEDIA DO GOVERNO FALHAM
Apesar do governo português, em março deste ano, ter aprovado quatro medidas para os media, estas não surtiram o efeito desejado, e muito necessário. Por exemplo, a oferta de assinaturas digitais de títulos de jornais para jovens entre os 15 e os 18 anos tem-se revelado um enorme fracasso. O objetivo seria oferecer gratuitamente 400 mil assinaturas digitais em jornais generalistas ou económicos. Cinco meses após a medida ter sido anunciada, apenas 4 442 jovens ativaram essas assinaturas, de acordo com os dados oficiais. Sendo que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, existiam 418 682 adolescentes na faixa etária abrangida, significa que apenas 1,06% dos jovens aderiu ao programa.
Entre as outras medidas está o Plano Nacional de Literacia Mediática – que visa promover literacia mediática entre a população, educando para o consumo crítico da informação –, o Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas – que pretende reforçar a proteção e segurança dos profissionais dos media – e reforço ao jornalismo regional e local aumentando a comparticipação do porte pago de 40% para 80%.
As medidas, recorde-se, foram apresentadas por António Leitão Amaro, ministro da Presidência.