O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de 63 anos, instituiu um prémio próprio inspirado no Nobel da Paz e concedeu‑o a si mesmo, numa cerimónia realizada em Caracas, poucos dias depois de a líder oposicionista María Corina Machado ter sido distinguida com o verdadeiro galardão, em Oslo.
A nova distinção, batizada de ‘Arquiteto da Paz’, foi entregue pela Sociedade Bolivariana da Venezuela, uma organização pouco conhecida fora do chavismo, num evento que também marcou os 195 anos da morte do libertador das Américas, Simón Bolívar.
Durante a cerimónia, Maduro disse que o ideal de Bolívar continua “a vigiar o destino do seu povo” e que a Venezuela bolivariana mantém esse espírito vivo.
“Bolívar não pereceu; o seu espírito manteve-se vigilante, acompanhando os destinos do seu povo. Hoje, o seu ideal continua a projetar uma luz inextinguível na sua pátria: a Venezuela bolivariana”, afirmou o presidente, perante uma vasta plateia.
Maduro justificou a criação e atribuição do prémio com o seu alegado “trabalho na construção e preservação da paz na Venezuela e na América Latina”, sem fazer referência às acusações de violações de direitos humanos, repressão à oposição ou tensões com países vizinhos, nomeadamente os EUA.