Há quase quatro anos que é provedor da Santa Casa da Misericórdia, há 20 que é maçon, condição que só há uns meses foi tornada pública e que, agora, o impede se recandidatar ao cargo que tem exercido na Santa Casa do Redondo.
Nuno Festas, arquiteto e natural do Redondo, foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente Ibérico, uma obediência maçónica mista, que congrega membros de Portugal e Espanha. As novas funções do alentejano tornaram-se de conhecimento público e o caso gerou reservas junto de alguns membros da Assembleia-Geral (AG) daquela instituição, que duvidaram da legitimidade de Festas para se manter na provedoria. O presidente da AG consultou o arcebispo de Évora, na tentativa de perceber se os cargos mantidos por Nuno nas duas instituições eram compatíveis. Resposta negativa.
“Foi-me transmitido que um católico não pode pertencer a uma ordem maçónica”, refere o provedor, em declarações exclusivas ao 24Horas. Nuno Festas explica ainda que não compreende a incompatibilidade institucional que lhe foi sugerida, já que os ideais defendidos pela maçonaria são “a liberdade, a igualdade, a fraternidade, o espírito crítico”, e que identifica como um “cristão convicto”.
A duas semanas do final do atual mandato enquanto provedor da Santa Casa da Misericórdia, o arquiteto decidiu anular a sua recandidatura ao cargo, referindo, no entanto, com algum pesar que pretendia continuar o “bom” trabalho desenvolvido no Redondo.