Ex-vizinhos de Cláudio Manuel Neves Valente, o homem identificado pelas autoridades norte-americanas como o principal suspeito do tiroteio mortal na Universidade de Brown e do assassinato de Nuno Loureiro, descrevem-no como uma pessoa “muito inteligente”, mas isolada.
De acordo com informações avançadas pelas autoridades, Cláudio Valente, de 48 anos e natural de Portugal, foi encontrado morto com um ferimento auto-infligido numa unidade de armazenamento em Salem, no estado de New Hampshire, após uma perseguição policial.
As autoridades acreditam que terá matado dois estudantes na Universidade de Brown, em 13 de dezembro, e, dois dias depois, disparado mortalmente contra o físico português Nuno Loureiro no MIT, em Brookline, Massachusetts.
Antigos vizinhos em Lisboa, onde Cláudio Valente viveu quando era estudante, há mais de 25 anos, mostram-se chocados com a notícia. Os moradores recordam um jovem dedicado aos estudos, que chegou a frequentar o Instituto Superior Técnico (IST), mas também alguém reservado: “Ele era um rapaz muito responsável”, recordou uma fonte, à CNN.
“Fiquei em choque. Nem o reconheci na TV… Lembro-me dele como um menino, um estudante, um adolescente. Um adolescente muito responsável”, acrescentou a mesma vizinha. Outro morador referiu-se ao atirador como “um pouco estranho, mas era um menino muito inteligente”.
Os residentes relatam que o seu afastamento não se limitava apenas ao bairro. De acordo com os testemunhos, Cláudio mantinha uma postura distante em relação à própria família. Uma moradora, que falou à CNN Internacional sob anonimato, contou que os pais se deslocavam com frequência ao apartamento, tocavam à campainha, mas ele não abria a porta.
Os motivos que terão levado o suspeito a cometer os crimes que abalaram as comunidades académicas nos EUA continuam por esclarecer. As autoridades investigam o caso.