O candidato à Presidência da República Gouveia e Melo defendeu que os assuntos de Estado não podem estar dependentes das campanhas eleitorais e disse que se fosse conselheiro e candidato teria pedido para ser substituído. Referia-se a Luís Marque Mendes que, desvalorizou a polémica: “São só 3 horas de campanha”.
“Os assuntos de Estado não podem estar à espera das campanhas eleitorais. A pergunta que se tem de fazer é porque é que um dos nossos candidatos, que é conselheiro de Estado, quando se candidatou não pediu ao senhor Presidente da República para ser substituído”, afirmou Henrique Gouveia e Melo.
Gouveia e Melo referia-se a Marques Mendes, sendo ainda conselheiro de Estado o líder do Chega, André Ventura, que também é candidato às eleições presidenciais de 18 de Janeiro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro, dez dias antes das eleições presidenciais.
Questionado sobre a data, Gouveia e Melo, que falava em Angra do Heroísmo, à margem de uma visita à Feira Agrícola da Vinha Brava, na ilha Terceira, nos Açores, não levantou objeções, mas considerou que não faz sentido que um dos candidatos continue a ser conselheiro de Estado.
“Não só porque tem acesso a informação privilegiada, como está numa função de Estado que não é compatível com o facto de ser candidato”, declarou.
“Se fosse eu, tinha pedido ao senhor Presidente da República para sair do Conselho de Estado logo que me tivesse candidatado. Isso não aconteceu, acho mal, é a minha opinião, mas é o doutor Luís Marques Mendes que vai ter de pensar se ser conselheiro de Estado e ser candidato em simultâneo é uma coisa boa ou má”, apontou.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes desvalorizou o assunto. Considera o tema uma “polémica sem sentido” em torno da sua participação no Conselho de Estado, afirmando que são apenas “três horas a menos na campanha”.
Marques Mendes respondeu sobre esta questão aos jornalistas à chegada ao Fundão, no distrito de Castelo Branco, para um almoço com apoiantes da sua candidatura.
“Participar na reunião do Conselho de Estado significa apenas três horas a menos na campanha. Não tenho problema nenhum com isso”, afirmou Marques Mendes sobre a reunião convocada para dia 9 de Janeiro, dez dias antes das eleições presidenciais, e onde participa como conselheiro de Estado, ao lado do também candidato e líder do Chega, André Ventura.