O momento escolhido para a aparição do super-procurador Rosário Teixeira no julgamento da ‘Operação Marquês’, que está a decorrer no Campus de Justiça, em Lisboa, causou, para além de surpresa, alguma polémica junto dos meios judiciais.
Rosário Teixeira, que conduziu a investigação que ditou a prisão preventiva de José Sócrates, só surgiu no julgamento do antigo primeiro-ministro no dia seguinte a este ter suspendido as suas declarações e ter sido autorizado pela juíza a deslocar-se ao Brasil durante 10 dias, “por razões académicas”, no âmbito do doutoramento que está a tirar na Universidade de São Paulo.
A coincidência entre a ausência de Sócrates e a inesperada presença do procurador na sala do Campus de Justiça na 11.ª sessão do julgamento foi sublinhada por muitos dos intervenientes no processo, e pese a justificação dada por Rosário Teixeira de que “fazia sentido estar” na inquirição ao gestor Diogo Gaspar Ferreira, não convenceu a maioria das fontes ouvidas pelo 24Horas.
Aliás, interrogado pelos jornalistas à saída da sala de sessões, o procurador afirmou que “não vale a pena estar a explicar muito sobre isso”, reforçando a opinião de muitos de que Rosário Teixeira evitou, até agora, cruzar-se com o antigo primeiro-ministro que, aliás, tem marcado o seu depoimento por fortes ataques ao Ministério Público e à forma como foi conduzida a investigação.