A ainda deputada municipal eleita pelas listas de Carlos Moedas, Margarida Bentes Penedo, voltou esta semana à ribalta saber-se que que integrava a lista de ‘ministros’ do ‘governo sombra’ do Chega, apresentada por André Ventura, cabendo-lhe o “ministério das Habitação e das Infraestruturas”.
A arquiteta, que garante que está “com a esquerda pelos cabelos”, ficou célebre nas redes sociais, em 2019, na sequência de um vídeo sobre “ideologia de género”. O vídeo, gravado enquanto Margarida Bento Penedo estava dentro do carro, causou muita estranheza pelo discurso pouco ou nada coerente.
Houve até quem comparasse esse momento ao sketch ‘Eles falam, falam, mas não dizem nada’ dos ‘Gato Fedorento’.
Mas é na Assembleia Municipal de Lisboa que Margarida Bentes Penedo, uma das viúvas de Vasco Pulido Valente, tem protagonizado vários episódios anti-esquerda, que, entre ataques à chamada “agenda woke” e uma ironia assassina, já a vinham a colocar mais próxima do Chega do que do espírito democrata-cristão.
Em julho, criticou o reconhecimento do interesse cultural “do bando que usa Braço de Prata para ali fazer a doutrinação comunista, a diversão dos rufias, e a vida num inferno às famílias que moram na vizinhança. Moedas, neste caso, não se recomenda pela coragem governativa”.
Um comentário a propósito do EuroPride na capital portuguesa: “A esquerda agitou-se a propósito de uma celebração LGBT, que achou ‘envergonhada’. Gostam delas mais desavergonhadas”. E sobre o Partido Socialista: “Se espremêssemos os livros que o PS guarda nos gabinetes estava lá dinheiro para reabilitar duas igrejas: Santa Catarina e Nossa Senhora das Mercês”.
Margarida Bentes Penedo, que é também colunista no Observador, passou entretanto a deputada municipal não inscrita, desvinculando-se do CDS/PP e da lista que a elegeu, liderada por Carlos Moedas.