O plano da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para resolver o problema dos obstetras na Margem Sul parecia simples de concretizar. Deslocar médicos obstetras do hospital do Barreiro para o Garcia de Orta, em Almada, garantindo dessa maneira uma espécie de urgência central para as grávidas da Margem Sul do Tejo.
No entanto, gerou-se um coro de críticas, não só dos sindicatos mas também dos próprios utentes do hospital do Barreiro. E o plano da ministra foi por água abaixo até porque, em parte, está fora da lei.
É que a maioria dos médicos obstetras do hospital do Barreiro tem mais de 55 anos e está, por isso, dispensado de prestar serviço nas urgências.
Apenas dois dos sete obstetras que servem o hospital do Barreiro estão abaixo dessa idade. Um deles já garantiu que se for obrigado a ir para Almada se desvincula do SNS.
No hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, os cinco médicos mais velhos fazem urgências apenas porque querem. “Fazemos porque estamos em casa. Senão não fazemos”, garante um fonte do Barreiro ao Observador.
Ana Paula Martins, na passada semana, já tinha afiançado que só faltava assinar o despacho para a deslocação dos médicos. Isto apesar de antes ter prometido uma negociação com os clínicos.
Certo é que antes a ministra da Saúde também tentou contratar médicos do serviço privado para as urgências obstétrica do Garcia de Orta, sem sucesso.