Por muito que tenha tentado, ao fim de praticamente quatro anos ainda não consegui perceber se Carlos Moedas é ceguinho,...
Por muito que tenha tentado, ao fim de praticamente quatro anos ainda não consegui perceber se Carlos Moedas é ceguinho, mentiroso compulsivo, ou então pura e simplesmente não passa de um imbecil, daqueles que acreditam em tudo o que lhe dizem.
Ao longo dos anos em que está como presidente da Câmara de Lisboa, ouvi-lhe (e vi-lhe) um pouco de tudo — apropriar-se descaradamente da obra e projetos dos seus antecessores; enjeitar responsabilidades que lhe cabem, sacudindo-as de forma manhosa; surgir, com um descaramento inaudito, por exemplo, a garantir que Lisboa “não está mais suja, nem tem mais lixo”; e até, aqui num registo mais pessoal, apregoar a sete ventos e a despropósito sobre os vícios e adições de seu pai.
Paralelamente, ao longo dos anos que leva como edil de uma capital cada vez mais descaracterizada, sebenta, malcheirosa, com o património municipal mal gerido e ao abandono, não lhe encontrei uma ideia que fosse, quanto mais um pensamento estruturado sobre a cidade — apenas e só ‘números’ ensaiados e encenados para as redes sociais, que mais não são que o conforto que encontrou para afagar um ego imenso e desproporcionado.
Tudo o que corre mal (e é muito, para não dizer tudo…) é para ele responsabilidade do governo, ou então culpa de quem o antecedeu. O episódio em redor da tragédia do elevador da Glória fala por si — a forma indecorosa como tentou envolver e desculpar-se com alguém que nos deixou vai para 10 anos, diz bem do que Carlos Moedas é capaz.
Vi-o também — e aqui falamos de uma questão de carácter… — ter dois pesos e duas medidas relativamente a pessoas que estavam (ou estão) à sua volta, a facilidade com que ‘crucificou’ quem ele julgou já nada mais lhe trazer, naquele afã tão típico dos medíocres e cobardes que, para fugir do cadafalso, preferem sacrificar os outros a terem de assumir as responsabilidades que lhes cabem.
Em suma: ideologias à parte, a Lisboa de Carlos Moedas envergonha quem ali nasceu, vive, estuda ou trabalha: pelo estado descuidado a que chegou, pela falta de brio existente, pela gritante incompetência de quem a gere, mas principalmente pelo presidente que tem — sem dúvida, o pior de sempre.