No Japão, cresce o fenómeno dos casamentos sem amor nem sexo, impulsionado sobretudo por pressões familiares e sociais. “Casei apenas para acalmar os meus pais”, confessa uma jovem japonesa, em entrevista ao El Confidencial, ilustrando uma realidade que desafia o ideal romântico do matrimónio.
Apesar da modernização da sociedade, a tradição mantém-se forte: casar é visto como um dever, não necessariamente como uma escolha baseada em afetos ou desejo.
Estudos recentes apontam que cerca de metade dos casais japoneses vive em uniões sem sexo, fenómeno que atravessa gerações e não se limita à meia-idade. O trabalho extenuante, o stress e a cultura do “hikkikomori” – isolamento social – contribuem para a ausência de intimidade, enquanto o casamento continua a ser encarado como um rito de passagem obrigatório para a vida adulta. Muitos jovens, pressionados pelos pais, optam por casamentos de fachada, onde o amor e a sexualidade são secundários ou mesmo inexistentes.
Esta tendência tem consequências: a taxa de natalidade japonesa está em mínimos históricos, agravando o envelhecimento da população e colocando em risco a sustentabilidade do país.