Uma auditoria feita após o assalto ao Louvre, em Paris, revelou falhas graves do sistema de segurança do museu. Um dos exemplos mais preocupantes é a palavra-passe do sistema de videovigilância ser ‘Louvre’.
O relatório a que o jornal Libération teve acesso evidencia que os problemas não são recentes e que duram há pelo menos 10 anos. Outro dos aspetos mais chocantes do relatório é o facto de oito softwares responsáveis por áreas críticas de segurança não serem atualizados há vários anos. Um dos programas de supervisão do circuito de câmaras e controlos de entrada – chamado Sathi – foi adquirido em 2003, tendo contrato de manutenção já expirado sem nunca ter sido renovado.
Um documento de 2021 revela que o Sathi operava com o sistema Windows Server 2003, que foi descontinuado pela Microsoft em 2015. Desta forma, a segurança das obras de arte e dos visitantes estava comprometa. Os dados destacam ainda que os especialistas que realizaram a auditoria conseguiram aceder facilmente à rede de segurança do Louvre, a partir de computadores comuns.
Num teste realizado, os peritos conseguiram alterar permissões e invadir o banco de dados do museu.
Recorde-se que o Museu do Louvre foi assaltado por quatro pessoas, no dia 19 de outubro, em plena luz do dia. O grupo conseguiu levar várias joias avaliadas em 88 milhões de euros, em apenas oito minutos. Os assaltantes usaram um elevador de carga para entrarem no museu, partiram uma janela e invadiram uma galeria onde estava exposta a coleção de Napoleão III.
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