A Amazon anunciou a introdução de quiosques automáticos de medicamentos em clínicas da rede One Medical, começando por Los Angeles, já em dezembro de 2025. Estes espaços permitirão que os pacientes levantem medicamentos prescritos logo após uma consulta médica, sem necessidade de ir a uma farmácia tradicional. O processo é simples: a receita é enviada digitalmente para a Amazon Pharmacy, o paciente confirma e paga a medicação através da App, recebe um código QR e, ao digitalizá-lo, retira o medicamento. O serviço incluirá apoio remoto de farmacêuticos licenciados e não terá custos adicionais, para além do valor normal da prescrição ou copagamento do seguro.
Os quiosques estarão limitados a medicamentos que não exijam refrigeração nem pertençam à categoria de substâncias controladas, como é o caso de alguns analgésicos ou ansiolíticos. Cada unidade terá um inventário ajustado às prescrições mais comuns em cada clínica. Os pacientes não precisam ser membros da One Medical para utilizar os quiosques – basta que recebam uma receita numa das clínicas participantes. Esta abordagem procura eliminar a etapa entre a consulta e a farmácia, um obstáculo que, segundo dados dos EUA, faz com que um terço das receitas nunca seja levantado.
A Amazon argumenta que a conveniência destes quiosques pode melhorar a adesão ao tratamento, especialmente no caso de doenças crónicas, e ao mesmo tempo reduzir custos logísticos. Colocar o stock de medicamentos diretamente nas clínicas onde ocorrem as consultas minimiza a necessidade de envios e torna o processo mais eficiente. A empresa prevê expandir a iniciativa a outras cidades norte-americanas em 2026 e está a avaliar parcerias com outros sistemas de saúde.
Embora esta novidade esteja, para já, limitada aos EUA, levanta questões interessantes para outros países, incluindo Portugal. A possibilidade de integrar o momento da consulta médica com a entrega imediata de medicamentos poderá ser benéfica em termos de adesão terapêutica e conveniência, sobretudo em meios urbanos. No entanto, a aplicação de um modelo semelhante no nosso país exigiria adaptações à legislação farmacêutica nacional, garantias de segurança e controlo rigoroso sobre a distribuição de medicamentos.
