O movimento Antifa, abreviatura de “anti-fascista”, tem estado no centro do debate político nos Estados Unidos, sobretudo desde que Donald Trump, de 79 anos, durante a sua presidência, propôs classificá-lo como organização terrorista. Mas afinal, o que é a Antifa e qual é a causa desta polémica?
A Antifa não é uma organização formal, mas sim um movimento composto por grupos e indivíduos que dizem opor-se ao fascismo, à supremacia branca e ao racismo sistémico. As suas origens remontam à resistência ao fascismo na Europa do século XX, mas ganhou maior visibilidade nos EUA nos últimos anos, sobretudo em protestos contra a extrema-direita.
Na Europa, e até em Portugal, manifestações associadas à extrema-esquerda, com frequência, contam com a participação de ativistas que se identificam como ‘antifa’.
A proposta de Trump surgiu em 2020, na sequência das manifestações após a morte de George Floyd. O ex-presidente acusou a Antifa de incitar à violência e ao caos, defendendo a sua classificação como grupo terrorista. Voltou à agenda depois do assassinato de Charlie Kirk.
Ainda assim, especialistas jurídicos sublinham que não existe base legal nos EUA para rotular movimentos internos como terroristas sem provas concretas de atos ou ameaças contra civis. Esta designação é vista por muitos como uma manobra política, e referem que pode limitar direitos civis e de expressão, e de associar injustamente opositores do governo a atividades extremistas.