A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e antiga responsável pela diplomacia da UE, Federica Mogherini, foi detida, esta terça-feira, dia 2, pela polícia belga, no âmbito de uma investigação por suspeita de fraude.
As detenções aconteceram depois de terem sido efetuadas buscas nos edifícios da Serviço de Ação Externa da UE (EEAS), em Bruxelas, e na Universidade da Europa, em Bruges, instituição da qual a italiana é reitora desde 2020.
A investigação foi conduzida pela Procuradoria Europeia (EPPO) e deve-se a alegadas irregularidades na atribuição de financiamento europeu a um projeto destinado à formação de jovens diplomatas. Há ainda suspeitas de que critérios de seleção tenham sido alterados e que tenha havido favorecimento indevido, como revelou a EPPO: “Buscas estão a ser realizadas hoje na Universidade da Europa, em Bruges (Bélgica), e no Serviço de Ação Externa da UE, em Bruxelas, como parte de uma investigação sobre suspeita de fraude relacionada com o financiamento da UE à instrução de diplomatas juniores.”
A EPPO aprofundou o tema e afirmou que “um dos candidatos terá tido acesso a informação confidencial que o beneficiou, colocando em causa a competição justa do processo”.
Além de Federica Mogherini, também foram detidas outras duas pessoas, entre as quais Stefano Sannino, antigo secretário-geral da EEAS, e um responsável ligado ao Universidade da Europa. Em causa estão crimes de fraude em contratação pública, corrupção, conflito de interesses e violação de segredo profissional.