As smart TV da LG com webOS começaram a exibir automaticamente, nos últimos meses, um atalho para o Microsoft Copilot, a assistente de Inteligência Artificial da Microsoft. Este ícone surgia no ecrã principal após uma atualização e, ao contrário das aplicações tradicionais instaladas pelo utilizador, não podia ser removido. A situação gerou desconforto entre muitos donos de televisores, que criticaram o facto de a empresa introduzir novas funcionalidades sem consentimento ou aviso prévio.
A LG explicou posteriormente que o Copilot não é uma aplicação integrada no sistema, mas apenas um atalho que abre a versão web da assistente no navegador da própria TV. Assim, funções que dependem do microfone ou de outros acessos só são ativadas se o utilizador conceder permissão explícita. A empresa sublinhou que a intenção era oferecer conveniência, não impor software, embora a falta de transparência inicial tenha alimentado críticas significativas.
A pressão pública acabou por levar a LG a anunciar que, numa atualização futura, os utilizadores poderão remover o ícone do Copilot do ecrã inicial. Contudo, a empresa ainda não avançou com uma data concreta para disponibilizar essa opção a todos os aparelhos afetados. Até lá, muitos utilizadores continuam a considerar o atalho uma forma de publicidade forçada, refletindo uma frustração crescente em torno do controlo efetivo sobre dispositivos ‘inteligentes’.
Este caso ganhou destaque porque se insere numa tendência mais ampla do setor: vários fabricantes, incluindo a Samsung e a Amazon, têm vindo a integrar cada vez mais serviços de IA nos seus televisores. Embora essas funcionalidades possam trazer conveniência, também levantam questões sobre privacidade, recolha de dados e autonomia do utilizador. Para muitos consumidores, especialmente em Portugal, o episódio reforça a necessidade de as marcas adotarem políticas mais claras e de darem maior controlo a quem utiliza os seus produtos.