O centrista Rodrigo Paz Pereira, de 58 anos, foi eleito presidente da Bolívia, este domingo, dia 19, após vencer a segunda volta das eleições, com 54,57% dos votos, segundo dados preliminares do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), com mais de 97% das assembleias processadas. O ex-presidente conservador Jorge Tuto Quiroga obteve 45,43% dos votos.

A votação decorreu, pela primeira vez na história boliviana, com uma segunda volta entre presidente e vice-presidente, mecanismo previsto na Constituição desde 2009. Na primeira volta, realizada em agosto, nenhum candidato atingiu a maioria necessária para garantir a vitória. Paz, candidato do Partido Democrata Cristão (PDC), concorreu com Edman Lara, antigo agente, enquanto Quiroga representou a aliança Libré, ao lado do empresário Juan Pablo Velasco.

Com este resultado, a Bolívia encerra mais de duas décadas de governação do Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales. O presidente eleito tomará posse a 8 de novembro.

Após a confirmação da vitória, Paz Pereira destacou a intenção de abrir o país ao mundo e trabalhar com todos os setores da sociedade, incluindo o Parlamento e organizações sociais, para enfrentar a crise económica e reforçar o papel internacional da Bolívia. “A nova dimensão será construída com diálogo e colaboração interna e externa”, afirmou. O líder centrista, natural da Galiza, em Espanha, agradeceu também ao rival Jorge Tuto Quiroga e a Juan Pablo Velasco, sublinhando que, “hoje, a Bolívia ganhou com a democracia”.

A eleição de Paz mereceu felicitações de líderes internacionais. O secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken, saudou o resultado como “uma oportunidade transformadora” e reiterou a disponibilidade dos EUA para cooperar em áreas como segurança regional, combate ao crime organizado e investimento bilateral. O Presidente argentino, Javier Milei, também felicitou o presidente eleito e o povo boliviano, considerando a eleição um marco histórico que marca o fim do modelo do “socialismo do século XXI” no país.