A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) admite a realização de bloqueios, após o final do Conselho Nacional, caso não haja ação do Governo para responder às suas reivindicações até ao Congresso Nacional, marcado para novembro. O presidente, António Nunes, é muito claro no que diz: na eventualidade de, no encontro do próximo mês, não ser possível “dizer que os problemas estão a ser resolvidos”, o congresso “pode deliberar, in extremis, um período de tempo (…) em que os bombeiros vão parar”.
O mesmo responsável esclarece que será o congresso a decidir os moldes de um bloqueio, que podia ocorrer num determinado dia, “durante cinco, dez minutos ou um quarto de hora, em que os bombeiros não saem do quartel” – salvaguardando situações de vida ou de morte.
António Nunes admitiu ainda, face ao descontentamento dos bombeiros, manifestações de rua junto dos órgãos de soberania ou a deposição de capacetes na escadaria.
Segundo o presidente, “se houver medidas extremas que possam prejudicar as comunidades e os cidadãos, a responsabilidade não é da Liga, nem das corporações, nem das associações, nem dos bombeiros”, mas, sim, “dos agentes políticos que foram incapazes de resolver”.
As propostas foram aprovadas sem votos negativos e serão agora combinadas numa síntese que será enviada ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, aos ministros da Administração Interna, Saúde, Economia e Coesão Territorial, ao secretário de Estado da Proteção Civil e aos grupos parlamentares “por carta registada com aviso de receção”.