As eleições autárquicas estão à porta. No próximo dia 12 elegem-se os líderes municipais dos 308 concelhos portugueses. Como tal, são várias as famílias que serão impactadas pelo quadrado com maior número de cruzes nos boletins de voto das diferentes autarquias nacionais. Mas há famílias e famílias e umas poderão sentir com particular dano os efeitos das possíveis e perigosas alterações autárquicas.
Documentos a que o 24Horas teve acesso demonstram que na Câmara de Viseu, presidida por Fernando Ruas, mais do que um executivo parece existir uma árvore genealógica municipal, digna de um ocupado historiador. É que, desde o regresso do social-democrata à presidência do município, em 2021, tem-se registado uma autêntica amálgama de ocupações e promoções em cargos públicos protagonizados por familiares do edil viseense.
O seu genro, Ricardo Gil, passou, por despacho da Águas de Viseu, de Assistente Técnico a Técnico de Informática Grau 1. Já a namorada do filho, Ângela Oliveira, iniciou-se com contratos (POC) e depois entrou como assistente operacional na função de operadora de estações elevatórias de tratamento/depuradoras nos Serviços Municipalizados de água e Saneamento de Viseu (SMAS). Também a ex-mulher do filho de Fernando Ruas beneficiou de uma ascensão: foi secretária da vereação e passou a ocupar um cargo de direção intermédia de 3.º grau na Unidade Orgânica de Apoios Sociais e Família.

Mas a família municipal não se restringe à família do presidente, também o seu adjunto, Pedro Osório, fortaleceu os laços de parentesco no escritório. Desde a entrada do funcionário público na Câmara Municipal de Viseu, a sua ex-mulher/namorada, Susana Fernandes, transitou do SMAS para o Gabinete de Educação, sendo posteriormente reclassificada como técnica superior. Daniela Antunes, atual namorada do político, entrou para o gabinete jurídico do SMAS. E, também, as irmãs, Joana e Andreia Ferreira, se envolveram neste enredo, com a primeira a saltar da vereação para o Gabinete de comunicação, informação, protocolo e relações externas e a segunda a entrar para o SMAS, tendo sido posteriormente transferida para outro emprego. Quem está prestes a tornar-se num novo elemento a juntar a esta equação, é a cunhada do adjunto presidencial, Diana Antunes, que requereu a entrada no próximo concurso público para a divisão de turismo municipal.
