Camila Vitorino está a reescrever a história dos concursos de beleza em Portugal. Em 2025, conquistou o título de Miss Universo Portugal e tornou-se a primeira mulher casada e mãe a alcançar essa distinção. O feito não é apenas uma vitória pessoal – é um marco de transformação num universo que, durante décadas, impôs restrições a quem ousasse conciliar a maternidade ou o casamento com o glamour das passarelas.
Num cenário ainda marcado por preconceitos, Camila Vitorino vê a sua coroação como um símbolo de mudança. Em declarações ao Delas, admitiu que “não é fácil conciliar as responsabilidades de ser Miss com a educação de um menino de quase dois anos”, mas garante que o desafio é também o motor da sua motivação. Para a modelo, esta conquista representa todas as mulheres que, sendo mães ou companheiras, continuam a lutar por sonhos que a sociedade ainda teima em considerar incompatíveis.
Camila não é estreante neste mundo. Já em 2019 tinha vencido o concurso Miss Queen Portugal, título que acabou por renunciar devido a questões pessoais e familiares. Agora, regressa com uma maturidade diferente, um suporte mais sólido e uma visão clara de que a beleza deve andar de mãos dadas com autenticidade e propósito. A preparação para esta nova fase inclui treinos diários, trabalho de oratória e envolvimento em causas sociais, elementos que refletem uma abordagem mais completa e consciente à competição.
A eleição de Camila Vitorino tem sido amplamente elogiada e vista como um passo decisivo rumo a uma maior inclusão nos concursos de beleza. Ao representar Portugal no Miss Universo, que decorrerá no dia 21, na Tailândia, leva consigo uma mensagem de renovação: a de que as mulheres, independentemente do seu estado civil ou da maternidade, têm o direito de ocupar todos os palcos – inclusive os que durante demasiado tempo lhes foram negados.





