As declarações feitas ontem por Carlos Moedas durante a sua entrevista à SIC, onde o autarca lisboeta afirmou, a propósito da tragédia da queda da ponte de Entre-os-Rios em 2001, que Jorge Coelho se tinha demitido do cargo de ministro do Equipamento Social por, antes do acidente, “ter recebido informações no seu gabinete sobre problemas de manutenção naquela ponte” foram duramente criticadas por João Azevedo, considerado por muitos como o ‘herdeiro político’ daquele dirigente socialista, falecido em 2021.
Em declarações exclusivas ao 24Horas, João Azevedo, hoje candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Viseu, que foi amigo pessoal de Jorge Coelho, de quem chegou a ser adjunto no Ministério do Equipamento Social, desmentiu o autarca da capital, e considerou as afirmações de Moedas “profundamente lamentáveis” e que, na sua opinião, serviram apenas “para fugir às questões sobre a tragédia havida em Lisboa”. Na opinião de Azevedo, o edil lisboeta “inventou uma mentira sobre alguém que já não está entre nós”, ao mesmo tempo que desmente Moedas: “As investigações efetuadas em comissão de inquérito e as investigações periciais apresentadas em tribunal, demonstraram que o Ministério não tinha recebido qualquer informação sobre problemas estruturais na ponte de Entre-os-Rios”.
Ainda a propósito das declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Azevedo foi perentório: “O dr. Jorge Coelho e a Democracia não mereciam essa atitude (…) na política não pode valer tudo, estas declarações são de uma infelicidade atroz, por não corresponderem à verdade, por denegrirem alguém que é sempre citado como um exemplo de elevação e nobreza pelo desprendimento que mostrou pelo poder”, afirmou.