A Herdade do Arneiro Grande, em Benavente, no distrito de Santarém, que conta com uma exploração de cerca de 270 mil patos, está a ser investigada por maus-tratos animais, depois de uma denúncia feita pela ARDE, uma organização não governamental (ONG) espanhola, ter revelado que vários destes animais são sujeitos a agressões e condições de vida desadequadas ao seu bem-estar.
A ONG do país vizinho infiltrou um individuo na exploração, que, fazendo-se passar por funcionário, instalou câmaras na propriedade, captando um conjunto de imagens que sustentam as alegações dos denunciantes.
Num vídeo publicado no canal de Youtube da ARDE, podem ver-se funcionários que “pontapeiam os patos, agarram-nos pelo pescoço e atiram outros pelo ar”. Sendo também visível, segundo a ARDE, um ambiente que denota falta de saneamento “com grande quantidade de excrementos acumulados no chão”.
Sílvia Gimeno, uma veterinária contactada pela ONG, afirma que se tratam de “práticas de maus-tratos intencionais por parte do pessoal e métodos de abate ilegais e desumano”.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) emitiu, esta terça-feira, um comunicado onde sublinha que “encara estas situações com a máxima gravidade e está a desenvolver todas as diligências necessárias para o cabal apuramento dos factos”.
Na nota emitida a DGAV reforça ainda que tem “em marcha ações inspetivas complementares, tendo em vista a recolha de informação técnica que permita avaliar a veracidade e o alcance das situações denunciadas”.
