Nataniel Araújo, o chefe de gabinete do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, mantém-se nas funções, após um inquérito interno ter concluído que não existem indícios suficientes de prática de ilícito disciplinar no âmbito de uma queixa de assédio sexual apresentada por uma antiga assessora do ministério. A decisão foi tomada a 5 de dezembro, segundo o Correio da Manhã.

A investigação decorreu na sequência da denúncia feita por uma assessora de 29 anos que trabalhou no gabinete do ministro, entre junho e setembro de 2025 – pouco depois da tomada de posse do atual Governo. A trabalhadora alegou ter sido alvo de mensagens e comportamentos que configurariam assédio sexual, tendo abandonado o cargo três meses após a nomeação, segundo a própria, em virtude deste caso.

Uma das mensagens que integrou a denúncia apresentava teor sugestivo e foi interpretada pela assessora como coação de cariz sexual: “Nem que pagues com o corpinho”, terá escrito Nataniel Araújo, numa troca de SMS relacionada com exigências de trabalho.

O Ministério da Agricultura confirmou que pediu a abertura de um processo de averiguações à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) – entidade com competências de polícia criminal e disciplinar para estes casos – e declarou que “procederá em conformidade com as conclusões do inquérito”.

Relatos noticiados na altura da queixa referiam que, para além das mensagens, havia testemunhos de que o chefe de gabinete terá permanecido horas à porta da casa da assessora, acompanhado por outras alegadas formas de perseguição e vigilância.

Apesar da denúncia e da investigação interna, o inquérito concluiu que há ausência de indícios de ilícito disciplinar, pelo que Nataniel Araújo não foi alvo de qualquer sanção e continua a desempenhar o cargo de chefe de gabinete de José Manuel Fernandes.