O desaparecimento de Iara Ramos Nascimento, irmã de Cláudio Ramos, ocorrido em Vila Boim, Elvas, a meio de outubro, deixou a família e a comunidade local em alerta. A ausência prolongada da cabeleireira, de 47 anos, gerou preocupação, sobretudo porque não havia indícios claros sobre o que poderia ter acontecido.
A situação só veio a ser esclarecida uma semana mais tarde, quando se confirmou que Iara tinha sido encontrada em Madrid, hospitalizada na ala psiquiátrica de uma unidade de saúde espanhola. Após receber alta, regressou a casa e passou a partilhar várias mensagens nas redes sociais, algumas delas com um tom enigmático e emocionalmente carregado.
Este domingo, dia 17, decidiu falar abertamente sobre o que viveu nos últimos anos e divulgou um vídeo, no qual expôs sentimentos acumulados e críticas dirigidas à família.
“Estive aqui a tentar arranjar uma maneira de começar este assunto. Costuma-se dizer que se começa do princípio, mas o princípio já foi há algum tempo, já foi há três anos”, começou por dizer, referindo-se ao marido, Nuno Gama, que morreu há três anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Iara disse sentir-se magoada com a forma como foi tratada, incluindo por Cláudio Ramos. apresentador da TVI (52): “Os que estão perto sabem aquilo que eu tenho passado, por isso é que cheguei onde cheguei. Por isso é que calei o que calei, porque vocês sabem que o meu irmão é uma pessoa visível [referindo-se a Cláudio Ramos], e à pala de uns quase destrói outros. Porque ele sabia do que se estava a passar. Se não sabia, também foi falta de cuidado. Como eu disse, não são dois dias, foram três anos. Tudo o que se passava da minha parte, o que não souberam, também não quiseram saber.”
Sem esclarecer exatamente quem esteve envolvido, acrescentou: “Puseram-me de parte, tiveram reações que eu não estava à espera, fizeram-me sentir culpada de tudo e mais alguma coisa (…) Foi extremamente desagradável o afastamento e a maneira como me tratavam.”
Ao recordar a fuga para Madrid, relatou ter acreditado que estava a ser perseguida: “Quando fui para Madrid, a única coisa que eu queria era fugir, queria fugir de tudo. Isto parece a mania da perseguição e foi isso que me aconteceu. Fui realmente perseguida por muita gente. (…) Não estou aqui para enterrar ninguém, sei que sou adulta, que tenho de me organizar, mas acho que tem de haver uma responsabilidade civil, quando as pessoas fazem isto. Isto que me fizeram é impensável.”