Marco Almeida, o eterno candidato à Câmara de Sintra, agora à frente da coligação que junta o PSD, a Iniciativa Liberal e o PAN, é homem de imensas virtudes. Um dos seus atributos está no vigor e na coragem com que defende os seus pontos de vista. Se for preciso, quando lhe falta a robustez de outros argumentos, Marco Almeida arremete à cabeçada. Assim mesmo, à cabeçada!
Não se metam com ele. É hábil a utilizar a testa contra as fuças dos opositores.
Um munícipe de São Marcos, no concelho de Sintra, que o diga. Teve o azar, na tarde de 27 de junho, de confrontar Marco Almeida, já em animada ação de pré-campanha, sobre ilegalidades urbanísticas na zona do Cotão. O candidato, esgotadas as ideias, pôs fim à discussão com uma bem colocada cabeçada no oponente, que é para ele aprender a ouvir e calar-se. Quem julga o cidadão que é para contrariar Marco Almeida? O respeitinho é muito bonito.
A cena, digna de uma coboiada e imprópria de uma campanha eleitoral em democracia, ocorreu pelas quatro da tarde, na rua do Luso, no bairro de São Marcos – segundo várias testemunhas contactadas pelo 24 Horas.
A agressão provocou um segundo ferido. Marco Almeida arrumou dois com um só golpe. Cuidado com ele.
A vítima da cabeçada tombou sobre um idoso, Manuel Domingos, de 77 anos – que caiu desamparado e bateu com a cabeça no chão. Manuel sangrava abundantemente quando foi socorrido pelos bombeiros Iasmim Cavalcante e Rui Franco, tripulantes da ambulância dos Bombeiros de Agualva- Cacém. Foi transportado para o Hospital de Amadora-Sintra. Sofreu um traumatismo craniano e permaneceu hospitalizado.
Marco Almeida, insistentemente contactado pelo 24 Horas, manteve-se mudo durante três dias aconselhado pelo seu assessor de comunicação, Alexandre Luz. Talvez pensasse que o silêncio evitava a publicação da notícia. Lá acordou, por fim, da sonolência para uma curta declaração do mais fino raciocínio: “Fakes para tentar condicionar o movimento que vai mudar Sintra”. Prova de que Marco Almeida, quando tem de utilizar a cabeça, lá vem cabeçada.
