O publicitário brasileiro André Gustavo, condenado no âmbito da ‘Lava Jato’, a controversa operação que agitou o Brasil entre 2014 e 2021, revelando uma suposta e complexa rede de corrupção que envolvia políticos e empresários, é uma das peças- chave da campanha de Luís Filipe Menezes na sua tentativa de regressar à presidência da Câmara Municipal de Gaia.

André Gustavo, a quem o tribunal aplicou seis anos e meio de prisão em regime fechado, viu o célebre juiz Sérgio Moro transformar a pena em regime semiaberto, como ‘prémio’ pela “conduta colaborativa” que teve no processo contra Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil e da Petrobras durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff, e que foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação, o publicitário, através de uma empresa de fachada que mantinha com o irmão, e que era usada para receber subornos da Odebrecht, intermediava e encaminhava subornos para Bendine, e também para alguns políticos, nomeadamente três senadores do PMDB – Eunício Oliveira, Renan Calheiros e Jader Barbalho.

Recorde-se que a ligação de André Gustavo ao nosso país não é de hoje, data já de anteriores campanhas protagonizadas por Menezes, e também do trabalho que desenvolveu com o PSD entre 2011 e 2017, ao tempo da liderança de Pedro Passos Coelho.

Aliás, o nome do publicitário brasileiro surgiu envolvido no âmbito da investigação levada a cabo pelas autoridades brasileiras e portugueses acerca de um eventual suborno da Odebrecht relacionado com a construção da barragem da EDP no Baixo Sabor, tendo André Gustavo já sido ouvido pelas autoridades a esse propósito.

Ao 24Horas, a assessoria de Luís Filipe Menezes preferiu não comentar o assunto.