A greve geral marcada para amanhã, quinta-feira, 11, vai provocar perturbações alargadas em vários serviços essenciais, desde os transportes à saúde, e deverá fazer sentir efeitos antes e depois do próprio dia da paralisação.
A mobilização, convocada conjuntamente pela CGTP e pela UGT – algo que não acontecia há mais de uma década –, surge como reação ao anteprojeto governamental para a revisão da legislação laboral, com protestos previstos em várias cidades do País, como Braga, Lisboa, Viana do Castelo, Guarda e Setúbal, além de iniciativas nos Açores.
Nos transportes, foram definidos serviços mínimos nas áreas consideradas indispensáveis. Em Lisboa, a Carris terá 12 carreiras a funcionar, enquanto a Transtejo/Soflusa realizará um quarto das ligações fluviais nos períodos de maior procura.
A circulação ferroviária da CP sofrerá perturbações já a partir de quarta-feira, 10, prolongando-se até sexta, 12, e a empresa alerta para cancelamentos e alterações na oferta. Quem já tenha adquirido bilhetes para Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional ou Regionais poderá pedir devolução integral ou optar pela remarcação, operação que pode ser feita online ou presencialmente. Caso o pedido não seja submetido até 15 minutos antes da partida, permanece garantida a possibilidade de reembolso até dez dias após o final da greve, mediante formulário próprio.
No Metro do Porto, não haverá quaisquer operações na quinta-feira, afetando todas as linhas. Na noite anterior, as últimas viagens serão antecipadas para um intervalo entre as 22:00 e as 23:00. Já o Metropolitano de Lisboa não contará com serviços mínimos.
No setor aéreo, a TAP compromete-se a manter um conjunto restrito de ligações consideradas indispensáveis, incluindo deslocações para os Açores, Madeira, Brasil, Estados Unidos e vários destinos europeus e africanos. O presidente executivo da transportadora, Luís Rodrigues, diz não estar preocupado com o impacto financeiro da paralisação.
A Azores Airlines também assegurará um número limitado de voos, incluindo operações inter-ilhas e ligações com o continente e Madeira.
Na área da saúde, serão preservados tratamentos e procedimentos que não podem ser interrompidos, como hemodiálise, quimioterapia, radioterapia, medicina nuclear, cuidados paliativos, blocos operatórios de urgência e terapias essenciais para doentes crónicos. Estão igualmente garantidos os tratamentos diários em ambulatório e o acompanhamento de feridas complexas.
As escolas poderão encerrar tanto na quinta como na sexta-feira, uma vez que sindicatos da Administração Pública decidiram avançar com uma segunda paralisação no dia seguinte à greve geral.