Um grupo de 30 médicos do Hospital Amadora-Sintra denunciou, esta sexta-feira, o caos nas urgências desta unidade hospitalar. Em comunicado enviado ao bastonário da Ordem dos Médicos, os profissionais de saúde afetos à urgência geral do hospital alertam para uma “situação insustentável” neste serviço, advertindo para escalas deficitárias que não cumprem os protocolos de segurança, avançou o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS).
“Os médicos do Amadora-Sintra descrevem uma realidade que ultrapassa todos os limites da segurança e da dignidade profissional”, garante a entidade sindical em comunicado, que sublinha o mau funcionamento de um serviço de urgências composto por “equipas reduzidas e com elementos pouco diferenciados” e com “tempos de espera inaceitáveis”.
O SMZS acrescenta na mesma nota que, no primeiro fim de semana de novembro, o período de espera na urgência excedeu as 24 horas. Um contexto que foi justificado pelo conselho de administração da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra com a falta de comparência de médicos que estavam escalados.
“Mas a realidade é que, no sábado, dia 1 de novembro, apenas estava escalado um especialista de medicina interna durante o dia e apenas dois durante a noite para a urgência inteira deste hospital, que serve uma população de mais de 500 mil habitantes”, assegura o sindicato.
Na altura confrontado pela Lusa com a situação, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, no qual se integra a Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, justificou que esses atrasos se deveram à falta de alguns médicos que estavam escalados, mas especialmente a um surgimento exponencial de casos de doentes com necessidades de reanimação, que retiraram mais tempo aos profissionais de serviço.
“Esta denúncia confirma aquilo que o SMZS já tinha tornado público em julho deste ano: a saída de oito médicos do serviço de urgência reduziu, de forma dramática, a capacidade de resposta do hospital”, finaliza o comunicado sindical.